terça-feira, 28 de setembro de 2010

BRINCADEIRAS COM COPO E COMPASSO

PAIS, PROFESSORES E AMIGOS DEVEM ALERTAR OS JOVENS SOBRE OS PERIGOS DESSA BRINCADEIRA.
ALLAN KARDEC, EM VÁRIOS ESTUDOS PUBLICADOS ATRAVÉS DOS LIVROS DA DOUTRINA ESPÍRITA, ADVERTE SOBRE ESSA E QUALQUER OUTRA PRÁTICA LEVIANA DE EVOCAÇÃO DE ESPÍRITOS.

ALERTA
(Allan Kardec – O Livro dos Espíritos)

567 - Os Espíritos se intrometem, algumas vezes, em nossas ocupações
e prazeres?
– Os Espíritos comuns, sim; estes estão sem cessar ao vosso redor e algumas vezes tomam parte ativa no que fazeis, conforme sua natureza, e isso é necessário para estimular os homens nos diferentes caminhos da vida, excitar ou moderar suas paixões.

NOTA:
Os Espíritos se ocupam das coisas deste mundo em razão de sua elevação ou inferioridade. Os Espíritos Superiores têm, sem dúvida, a condição para considerá-las nos menores detalhes, mas fazem isso somente quando for útil ao progresso; só os Espíritos inferiores dão uma importância relativa às lembranças ainda presentes na sua memória e às idéias materiais que ainda não estão apagadas.


(Allan Kardec – O Livro dos Médiuns)

135 - As comunicações frívolas emanam de Espíritos levianos, zombeteiros e brincalhões, mais maliciosos do que maus, que não dão nenhuma importância ao que dizem. Como não têm conteúdo, só pela curiosidade agradam a certas pessoas, que com elas se divertem e que encontram prazer nessas entrevistas fúteis, em que muito se fala para nada dizer. Esses Espíritos têm às vezes tiradas espirituosas e mordazes e, no meio de gracejos banais, dizem, muitas vezes, duras verdades que sempre ferem com justeza. Espíritos levianos vivem ao nosso redor e aproveitam todas as situações para se intrometerem nas comunicações; a verdade é o que menos os preocupa; eis por que sentem um maligno prazer em enganar os que têm a fraqueza e algumas vezes a presunção de crer no que eles dizem. As pessoas que se satisfazem com essa espécie de comunicação fornecem naturalmente acesso aos Espíritos levianos e embusteiros; os Espíritos sérios se afastam disso, assim como entre nós os homens sérios se afastam das companhias más.


237 - Entre as muitas dificuldades que a prática do Espiritismo apresenta, é preciso colocar em primeira linha a obsessão, ou seja, o domínio que alguns Espíritos podem exercer sobre certas pessoas. Só é praticada pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar. Os bons Espíritos não impõem nenhum constrangimento; eles aconselham, combatem a influência dos maus e, se não são ouvidos, se retiram. Os maus, ao contrário, se prendem àqueles com que têm simpatia e, quando chegam ao domínio sobre alguém, identificam-se com o seu Espírito e o conduzem como uma verdadeira criança. A obsessão apresenta características diversas, que é necessário distinguir e que resultam do grau de constrangimento e da natureza dos efeitos que produz. A palavra obsessão é, de algum modo, um termo genérico, abrangente, que designa esse conjunto de fenômeno cujas principais variedades são: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação.

243 - Reconhece-se a obsessão pelas seguintes características:
1o) persistência de um Espírito em se comunicar, queira ou não o médium, pela escrita, audição, tiptologia etc., opondo-se a que outros Espíritos o façam;
2o) ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade e o ridículo das comunicações que recebe;
3o) crença na infalibilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se comunicam e que, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem coisas falsas e absurdas;
4o) confiança do médium nos elogios que lhe fazem os Espíritos que se comunicam por ele;
5o) tendência a se afastar das pessoas que podem lhe fazer advertências úteis;
6o) levar a mal a crítica sobre as comunicações que recebe;
7o) necessidade incessante e inoportuna de escrever;
8o) qualquer constrangimento físico que lhe domina a vontade e o força a agir ou falar contra a sua vontade, e
9o) ruídos e desordens constantes ao redor do médium, que é sua causa ou objeto.

278 - Uma importante questão se apresenta aqui: a de saber se há ou não inconveniente em evocar maus Espíritos. Isso depende do objetivo a que se propõe e da ascendência que se pode ter sobre eles. Não há nenhum inconveniente quando são evocados com um objetivo sério de os instruir e melhorar. Mas há muito inconveniente, ao contrário, quando é por pura curiosidade ou para se pôr sob sua dependência, ao lhe pedir um serviço qualquer. Os bons Espíritos, nesse caso, podem muito bem lhes dar o poder de fazer o que se lhes pede, para punirem severamente mais tarde quem os invocou, que ousou servir-se deles e julgá-los mais poderosos do que Deus. É em vão comprometer-se, dali para a frente, em fazer bom uso do que se haja solicitado e em despedir o servidor depois que o serviço for realizado; esse mesmo serviço que se solicitou, por menor que seja, é um verdadeiro pacto acertado com o mau Espírito, e este não deixa a presa facilmente (Veja a questão no 212).]

306 - Os médiuns interesseiros não são unicamente os que exigem pagamento; o interesse nem sempre se traduz pelo ganho material; ele se traduz também pelas intenções ambiciosas de toda espécie e pelas quais podem usufruir vantagens pessoais. Esse é um ponto que os Espíritos zombeteiros sabem trabalhar muito bem e o aproveitam com uma habilidade e uma astúcia verdadeiramente notáveis, embalando com Nenganosas ilusões os que se colocam sob sua dependência. Em resumo, a mediunidade é uma faculdade dada para o bem, e os bons Espíritos se afastam de qualquer pessoa que pretenda fazer dela um degrau para alcançar o que quer que seja que não corresponda aos objetivos da Providência. O egoísmo é a chaga da sociedade; os bons Espíritos o combatem; não se pode admitir que venham a seu serviço. Isso é tão racional que seria inútil insistir mais sobre esse ponto.

307 - Os médiuns de efeitos físicos não estão na mesma categoria; esses efeitos são geralmente produzidos por Espíritos inferiores menos escrupulosos. Não dizemos que esses Espíritos são necessariamente maus: pode-se ser um simples carregador e ser um homem muito honesto. Um médium de efeitos físicos que quisesse explorar essa faculdade encontraria muitos Espíritos que o assistiriam sem muita repugnância; mas aí se apresenta outro inconveniente. O médium de efeitos físicos, como o de comunicações inteligentes, não recebeu sua faculdade para seu prazer: ela foi lhe dada com a condição de fazer dela um bom uso; assim, se dela abusa, ela pode lhe ser retirada ou causar-lhe algum mal, pois, definitivamente, os Espíritos inferiores estão sob as ordens dos Espíritos superiores. Os Espíritos inferiores gostam de mistificar, mas não de serem mistificados; prestam-se de boa vontade à brincadeira, às coisas de curiosidade, porque gostam de se divertir, mas não gostam mais do que os
outros de ser explorados nem de ser comparsas para melhorar a renda, e eles provam a cada instante que têm sua própria vontade, que agem quando e como bem lhes pareça, o que faz com que o médium de efeitos físicos esteja ainda menos certo da regularidade das manifestações do que o médium escrevente. Pretender produzi-las em dias e horas determinados é dar prova da mais profunda ignorância. O que fazer, então, para ganhar dinheiro? Simular os fenômenos; é o que acontece não apenas com os que fazem disso uma profissão declarada, mas até mesmo com pessoas simples que encontram nisso um meio mais fácil e mais cômodo do que trabalhar. Se o Espírito não atende, eles o inventam: a imaginação é muito fecunda quando se trata de ganhar dinheiro! Onde houver interesse há motivo legítimo de suspeita, o que dá direito a um exame rigoroso
com o qual não se devem ofender sem justificar a suspeita. Mas tanto a suspeita é legítima nesse caso quanto o é ofensiva, quando se trata de pessoas distintas e desinteressadas.

308- A faculdade mediúnica, mesmo limitada às manifestações físicas, não foi dada para ser exibida sobre os palcos, e qualquer pessoa que pretenda ter às suas ordens Espíritos para exibi-los em público pode com razão ser suspeita de charlatanismo Ou de ilusionismo mais ou menos hábil. Que assim se considere todas as vezes que se vejam anúncios de pretensas sessões de espiritismo ou espiritualismo a tanto por lugar e que se lembre do que se está comprando ao entrar.
De tudo o que precede, concluímos que o desinteresse mais absoluto é a melhor garantia contra o charlatanismo; se nem sempre assegura a excelência das comunicações inteligentes, priva os maus de um poderoso meio de ação e fecha a boca dos difamadores.

309- Resta o que se poderia chamar de trapaça de amadores, ou seja, as fraudes inocentes de alguns gracejadores de mau gosto. É possível, sem dúvida, praticá-las à conta de passatempo em reuniões levianas e frívolas, mas não em assembléias sérias, onde se admitem apenas pessoas sérias. Pode muito bem uma pessoa se dar ao prazer de uma mistificação momentânea, mas seria preciso ser dotado de uma singular paciência para representar esse papel durante meses e anos, e a cada vez durante horas consecutivas. Somente um interesse pode alimentar essa perseverança, e o interesse, repetimos, dá sempre oportunidade para que se suspeite de tudo.

(Allan Kardec - O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO)
NÃO ACREDITEIS EM TODOS OS ESPÍRITOS
6. Meus bem-amados, não acrediteis em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus, pois muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. (João, 1ª. Epístola, 4:1)
7 Os fenômenos espíritas, longe de confirmarem os falsos cristos e os falsos profetas, como algumas pessoas gostam de dizer, vêm, ao contrário, dar-lhes o golpe mortal. Não peçais ao Espiritismo milagres nem prodígios, pois ele declara formalmente que não os produz. Assim como a Física, a Química, a Astronomia e a Geologia vieram revelar as leis do mundo material, ele vem revelar outras leis desconhecidas, aquelas que regem as relações entre o mundo corporal e o mundo espiritual, e que, tanto quanto as leis científicas, são leis da Natureza. Ao explicar uma certa ordem de fenômenos até então incompreendidos, o Espiritismo destrói o que ainda permanecia sob o domínio do maravilhoso. Aqueles que estivessem tentados a explorar esses fenômenos em seu proveito, fazendo-se passar por messias de Deus, não poderiam abusar por muito tempo da credulidade, e logo seriam desmascarados. Aliás, como já ficou dito, só esses fenômenos por si mesmos nada provam: a missão se prova por efeitos morais que nem todos podem produzir. Eis um dos resultados do desenvolvimento da Ciência Espírita; pesquisando a causa de certos fenômenos, ela levanta o véu de muitos mistérios. Aqueles que preferem a obscuridade à luz são os únicos interessados em combatê-la; mas a verdade é como o sol: dissipa os nevoeiros mais densos. O Espiritismo vem revelar uma outra categoria bem mais perigosa de falsos cristos e de falsos profetas, que se encontram não entre os homens, mas entre os desencarnados: é a dos Espíritos embusteiros, hipócritas, orgulhosos e falsos sábios, que, da Terra, passaram para a erraticidade•, e se disfarçam com nomes veneráveis para procurar, disfarçados pela máscara com que se cobrem, tornar suas idéias aceitáveis, freqüentemente as mais extravagantes e absurdas. Antes que as relações mediúnicas fossem conhecidas, eles atuavam com
(1) Veja, para a distinção dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, Cap. 24 e seguintes.
menos ostentação, menos pompa, pela inspiração, pela mediunidade• inconsciente, auditiva ou de incorporação. O número daqueles que, em diversas épocas, mas principalmente nesses últimos tempos, se apresentaram como uns dos antigos profetas,como o Cristo, como Maria, mãe do Cristo, e até mesmo como Deus, é considerável. O apóstolo João nos previne contra eles quando diz: Meus bem-amados, não acrediteis em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus; pois muitos falsos profetas têm surgido no mundo. O Espiritismo dá os meios de pô-los à prova ao indicar as características pelas quais se reconhecem os bons Espíritos, características sempre morais e nunca materiais.(1) É para distinguir entre os bons e os maus Espíritos que podem, sobretudo, se aplicar estas palavras de Jesus: Reconhecese a qualidade da árvore pelo seu fruto; uma boa árvore não pode produzir maus frutos, e uma árvore má não pode produzir bons frutos. Julgam-se os Espíritos pela qualidade de suas obras, como a uma árvore pela qualidade de seus frutos.