segunda-feira, 7 de setembro de 2009

ATENÇÃO 3001 EJA!!!!!!

REFLEXOS DO GOLPE MILITAR DE 1964

Quando aconteceu o golpe militar, alguns acharam que a situação seria passsageira. Porém, como havia acontecido outras vezes, os militares se articularam e agiram na calada da noite. Era necessário que a população se organizasse para derrubar o regime.
A história mostra que a direita sempre foi mais organizada do que à esquerda, por isso, quando os militares assumiram criaram os famosos Atos Institucionais, mais conhecidos como Ais. Com os Atos Institucionais chegaram também as perseguições e torturas. Todos os Ais afetaram a sociedade brasileira, porém o AI-5 foi mais desumano, deixando grandes seqüelas, físicas e psicológicas na sociedade.
O AI 5 foi instalado no Brasil, durante o governo de Arthur da Costa e Silva, publicado em 13/12/1968, que lhe concedia o direito de fechar o Congresso Nacional, decretar intervenção em Estados e municípios e suspender garantias como o habeas corpus.
Com o AI-5 a Censura se tornou implacável. Espetáculos teatrais, músicas, filmes, novelas e principalmente notícias tinham que passar pelo crivo dos censores. Com isso, as prisões, desaparecimentos e torturas não podiam ser noticiados. Os assuntos cortados eram substituídos por obras literárias como poemas ou até mesmo por receitas. Alguns autores tornaram-se vítimas preferenciais. O compositor Chico Buarque de Holanda foi obrigado a criar um personagem, ao qual deu o nome de Julinho da Adelaide. Por exemplo: um samba, enviado a julgamento sob o nome de Chico Buarque era vetado. Quando assinado por Julinho da Adelaide, passavam sem corte.
Diante dessa situação, muitos estudantes, sindicalistas e religiosos decidiram lutar contra o governo militar, enfrentando o AI-5. Muitos foram presos, torturados física e psicologicamente, outros morreram dentro dos porões da ditadura. Outros foram exilados ou deixaram o país por conta própria. Alguns preferiram viver na clandestinidade lutando para derrubar o regime militar instaurado em 1964. E é dentro desse contexto que vamos encontrar Marighella e os freis dominicanos.

OS FREIS DOMINICANOS VOLTADOS ÀS QUESTÕES SOCIAIS
Durante os anos 60 surgiram muitos movimentos sociais como sindicatos e projetos de alfabetização na cidade e no campo e mobilizações populares.
A Igreja Católica foi um dos espaços escolhidos para reuniões e articulações desses movimentos. Tanto leigos como religiosos participavam ativamente da luta contra a ditadura.
Naquele período, o mundo ainda estava divido entre duas ideologias imperialistas: o comunismo, sob a influência da União Soviética e o capitalismo, liderado pelos Estados Unidos.
Em 1959 Cuba promoveu uma revolução que pôs fim a uma ditadura que favorecia diretamente os EUA. Com o apoio de camponeses e operários, Fidel Castro e Ernesto Che Guevara retiraram do poder Fulgêncio Batista e implantou um governo socialista. O modelo de educação com ênfase na erradicação do analfabetismo e na formação de professores, assim como a saúde preventiva tornaram-se um exemplo a ser seguido por aqueles que pretendiam fazer o mesmo no Brasil e em toda a América Latina. Daí a preocupação do governo norte-americano para que a revolução não se espalhasse pelo continente. Eliminar o comunismo do mundo era a principal preocupação dos Estados Unidos.
O mundo religioso também se preocupava com o avanço comunista e consequentemente com a perda de fiéis. O papa João XXIII vê então a necessidade de convocar o Concílio Vaticano II. Segundo ele, a igreja deveria manter suas portas abertas para esclarecer os fiéis através de palestras, discussões e documentos sobre a situação mundial.
É nesse contexto que surgem os religiosos da ordem dominicana, preocupados com a situação siocial do Brasil. Os jovens dominicanos acreditavam que viver o evangelho era integrar-se à comunidade através de práticas sociais, e para isso tornar-se necessária atuarem dentro da sociedade com participações sociais, políticas e econômicas. Esse grupo de dominicanos havia sido inspirado pelos ensinamentos filosóficos e teológicos da linha humanista francesa e também pelos discursos realizados dentro co Concílio Vaticano II. Também tiveram participações em movimentos sociais como a Ação Católica, a Ação Popular e também na Juventude Universitária Católica. Após o golpe militar de 1964 esses movimentos foram enxergados como laboratórios de idéias comunistas. Os seus integrantes passaram então a ser perseguidos pelo regime militar.
O que mais incomodava o governo era o fato de a população carente encontrar na Igreja um amparo, uma voz. Um dos líderes desse movimento e que foi bastante criticado foi D. Helder Câmara. O religioso dizia que “quando dou pão aos pobres, chamam-me de santo, quando pergunto pelas causas da pobreza, me chamam de comunista”.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

NÃO EXISTE CULTURA SUPERIOR NEM INFERIOR


EXEMPLO DE ACULTURAÇÃO DOS ÍNDIOS DESDE A CHEGADA DOS PORTUGUESES ÀS TERRAS BRASILEIRAS:

No início do século XVI os indígenas do Brasil, principalmente os Tupinambás apreciavam uma bebida, no mínimo curiosa, não apenas pelo seu teor alcoólico e efeito alucinógeno, mas pelo ritual que a cercava e também pela maneira com era feita. Trata-se do cauim, uma espécie de aguardente produzida pela fermentação da mandioca, misturada com milho e frutas.
As cauinagens – assim eram chamadas pelos europeus as reuniões onde se consumia a bebida – aconteciam em volta de uma fogueira do lado de fora da maloca (moradia dos índios) e faziam parte da comemoração pela captura de inimigos e alegravam o ambiente da antropofagia.
O cauim era trazido pelas mulheres, que o preparavam mastigando os ingredientes e depois cuspindo em jarros onde ficava armazenado até fermentar. A antropofagia já não assustava tanto, mas esse processo já era suficiente para deixar os europeus estarrecidos.
Um dos opositores das cauinagens, José de Anchieta, deixou clara sua aversão à iguaria nativa, descrevendo assim em 1584, sua fabricação, "este vinho fazem as mulheres, e depois de cozidos as raízes ou o milho, os mastigam porque com isso dizem que lhe dão mais gosto e o fazem ferver mais".
Mas havia também quem elogiasse ou comentasse com certa ironia a bebida indígena, ao comparar com o processo de fabricação dos vinhos europeus, visto que os vinhateiros se utilizavam dos pés, muitas vezes calcados de botas, para "esmagar" as uvas. Sabe-se lá o que se passou por estes pés durante o referido processo...
A embriaguez causada pelas cauinagens incomodava demais os colonizadores, na sua maioria católicos. O descontrole causado pelo cauim era algo assustador, tanto que os missionários passaram a discutir estratégias para combater o que chamavam de pecados voluntários, que eram os festejos regados a cauim.
Os padres passaram a contar com a ajuda das mulheres, pois eram elas que preparavam a bebida. Sendo aos poucos cristianizadas, as índias foram deixando de produzir o cauim, chegando até a quebrar os jarros para fermentação e proferir discursos contra a bebedeira.
Outra medida adotada foi a de estimular os meninos nativos, desde cedo, a não praticar as cauinagens. Mas como se tratava de um pecado difícil de vencer, nem sempre resultava em sucesso. Por fim, depois de muitos esforços, conseguiram eliminar as cauinagens dos Tupinambás.